Em 2019, a iniciativa “7 Maravilhas de Portugal” trouxe uma doce surpresa ao país, ao dar destaque à rica tradição de doçaria portuguesa. Este concurso, que visa enaltecer o património cultural e gastronómico, elegeu as “7 Maravilhas Doces de Portugal”, uma seleção que representa não apenas a diversidade regional, mas também o legado histórico que a doçaria carrega.
Com base em votos de portugueses de todo o mundo, os doces vencedores são um reflexo da identidade cultural de Portugal. Aqui estão os sete eleitos e as histórias por trás das suas receitas.
1. Crista de Galo (Vila Real)
A Crista de Galo, uma especialidade da região de Vila Real, é um doce tradicional recheado de história e sabor. Feito de massa tenra e recheado com ovos moles, este doce apresenta-se com uma forma característica que lembra a crista de um galo, o que lhe dá o nome. É uma iguaria típica de ocasiões festivas e é muitas vezes associada às celebrações religiosas da região. O contraste entre a massa ligeiramente crocante e o recheio cremoso é um convite irrecusável a qualquer apreciador de doces tradicionais.

2. Folar de Olhão (Faro)
Diretamente do sul do país, o Folar de Olhão é uma versão única do tradicional folar da Páscoa. Diferente dos folares típicos com ovos cozidos, o Folar de Olhão é uma verdadeira ode ao açúcar, à canela e ao caramelo. Com várias camadas de massa e recheio caramelizado, este doce é uma explosão de sabores. A sua textura húmida e sabor reconfortante fazem dele um elemento indispensável nas mesas algarvias durante a época pascal, mas o seu encanto é intemporal.

3. Bolinhol de Vizela (Braga)
O Bolinhol de Vizela, também conhecido como “pão de ló de Vizela”, é uma sobremesa cuja simplicidade encanta gerações. Com uma massa leve e fofa, este doce é coberto com uma fina camada de glacê que lhe confere um toque extra de doçura. Tradicionalmente servido em ocasiões especiais, o Bolinhol é um exemplo perfeito de como a doçaria portuguesa consegue transformar poucos ingredientes em verdadeiras obras-primas.

4. Amêndoa Coberta de Moncorvo (Bragança)
Do nordeste transmontano, a Amêndoa Coberta de Moncorvo é um símbolo de tradição e paciência. Feitas à mão, estas amêndoas são cobertas com açúcar através de um processo artesanal que pode durar dias. Este doce não é apenas uma delícia para o paladar, mas também uma celebração das técnicas ancestrais que passam de geração em geração na vila de Torre de Moncorvo. As amêndoas cobertas são uma presença obrigatória em festas e casamentos, onde simbolizam prosperidade e doçura.

5. Mel Biológico do Parque Natural de Montesinho (Bragança)
Ainda em Trás-os-Montes, o Mel Biológico do Parque Natural de Montesinho é um verdadeiro tesouro da natureza. Produzido de forma sustentável e em perfeita harmonia com o ambiente, este mel distingue-se pelo seu sabor intenso e aromas únicos, influenciados pela flora diversificada do parque natural. Este doce natural não só é uma delícia para acompanhar sobremesas ou infusões, como também é reconhecido pelas suas propriedades medicinais.

6. Roscas de Monção (Viana do Castelo)
As Roscas de Monção são uma verdadeira relíquia da doçaria minhota. Feitas à base de farinha, ovos, açúcar e uma pitada de aguardente, estas rosquinhas são leves e crocantes, perfeitas para acompanhar um bom café ou chá. Além do seu sabor, estas roscas têm uma forte ligação às tradições populares e às festividades de Monção, especialmente à celebração da Senhora das Dores, em setembro.

7. Charutos dos Arcos de Valdevez (Viana do Castelo)
Por fim, os Charutos dos Arcos de Valdevez são uma doce surpresa para os amantes de sobremesas recheadas. Com uma massa fina e crocante que envolve um recheio à base de ovos e açúcar, estes charutos são um exemplo perfeito da riqueza da doçaria conventual portuguesa. A sua apresentação elegante e o sabor irresistível fazem deles uma escolha popular em eventos e celebrações da região.

A Importância das 7 Maravilhas Doces de Portugal
A eleição destas maravilhas doces foi mais do que uma competição. Foi um gesto de valorização e preservação do património imaterial português. Cada um destes doces conta uma história, carregando consigo memórias de tempos passados e o esforço de comunidades locais em manter vivas as suas tradições.
Além disso, esta iniciativa teve um impacto positivo no turismo gastronómico, ao atrair visitantes que desejam provar estas iguarias nos seus locais de origem. Este é, sem dúvida, um convite para explorar Portugal através dos seus sabores, descobrindo as histórias e as pessoas por trás de cada receita.
Se ainda não teve a oportunidade de provar estas 7 maravilhas, deixe-se levar pela doçura de Portugal e embarque nesta viagem única pelo país. Afinal, poucas coisas traduzem tão bem a alma portuguesa como a sua doçaria.