A origem dos nomes dos meses do ano

A maioria dos nomes dados aos meses do ano tem origem no primeiro calendário romano, criado por Rômulo, em 753 a.C. Esse calendário possuía apenas dez meses, sendo o primeiro deles o mês de Março.

Mais tarde, Numa Pumpílio (700 a.C- 673 a.C.), o segundo rei de Roma foi o responsável por introduzir mais dois meses ao calendário.

Numa Pumpílio
Numa Pumpílio

Posteriormente, optou-se pela troca de alguns nomes, a fim de homenagear o imperador César Augusto. Veja a seguir a origem dos nomes dos meses do ano.

Janeiro

É o mês que os romanos consagraram ao deus Jano. Divindade antiquíssima de origem ignota, tem-se como filho de Apolo e Creusa, provavelmente oriundo de Atenas. Logo que atingiu a maioridade, Jano equipou uma flotilha e dirigiu-se para Itália, onde após algumas conquistas, construiu uma cidade à qual deu o nome de Janículo. A seguir, estendeu o seu poder sobre o Lácio. Quando Saturno, expulso do céu, foi buscar refúgio na Itália, Jano acolheu-o hospitaleiramente. O deus em reconhecimento, dotou Jano de prudência, de tal modo que o passado e o futuro estavam sempre ante seus olhos. Depois da morte foi elevado a deus da paz. Representavam-no com uma cabeça com duas faces, tendo na mão uma vara e na outra uma chave.

Era o primeiro a ser invocado nas cerimónias religiosas, porque presidia às portas e aos caminhos e porque era por seu intermédio que as preces dos homens chegavam até aos deuses. Jano tinha dois rostos porque exercia poder sobre o céu e sobre a terra.

Tudo se abria e fechava a sua vontade. As suas estátuas representavam no tendo na mão direita o número trezentos e na mão esquerda o número sessenta e cinco para exprimir a duração do ano. Presidia no ano ao começo de tudo: era o deus dos princípios. O Janus bifrons «Jano de dois rostos», em exprimia a faculdade que tinha de olhar para a frente, o porvir, e ver atrás, o passado; Janos quadrifrons, «Jano de 4 cabeças» exprimia as quatro estações do ano que ele presidia. Visto Jano abrir o ano, o primeiro mês era-lhe consagrado, janeiro, januarius.

janus
Jano de dois rostos

Etimologicamente, ianus significava «passagem».

Fevereiro

No mais antigo calendário romano era o décimo e último ano. Em latim, februarius, o que quer dizer mês das purificações, februa, februorum, «festas religiosas de expiação e purificação», as «februálias», em honra de Plutão, considerado o deus das purificações. Nestas festas, também honrando Juno, a divindade feminina das mesmas purificações, ofereciam-se sacrifícios nocturnos em honra dos mortos, à luz de archotes e, durante Fevereiro, cessava o culto dos outros deuses cujos templos eram encerrados. Dada a posição do mês no calendário, as festas assinalavam o fim do ano, altura em que as purificações se justificavam.

Júlio César, remodelou o calendário transferindo Fevereiro para segundo mês e retirando-lhe um dia que acrescentou ao seu mês; o outro dia foi amputado por Augusto.

Março

É o mês romano dedicado a Marte (Rómulo, fundador de Roma. dizia-se descendente do deus).

Marte (identificado com o deus grego Ares) era a divindade da guerra. Etimologicamente, parece que procede de mas, maris, com o significado de «macho, do sexo masculino».

Igualmente deus da fertilidade dos campos, da vegetação e do gado deve, provavelmente, a estas características o mês que lhe foi dedicado – o mês em que começa a Primavera.

Deus Marte
Deus Marte

Abril

Os Romanos consagraram este mês a Vénus. Como se sabe, Vénus é a transcrição da deusa grega Afrodite para a religião de Roma. É neste facto que reside uma das origens da palavra.

Afrodite, que seria uma divindade de natureza oriental, tem, na mitologia helénica, vários nascimentos. Um deles diz que Úrano, personificação do Céu, casado com Geia, a deusa da Terra, cansava a esposa com a sua forte potência sexual. Geia estava, constantemente, a ter filhos. Não podendo suportar tanto apetite, pediu aos seus rebentos que matassem Úrano. Apenas Cronos, o deus do Tempo, se dispôs a tal e, uma noite, cortou os testículos ao pai. O sangue caiu na terra e o esperma tombou no mar, causando neste uma onda enorme de espuma. Dessa onda nasceu Afrodite, a futura deusa do amor, do prazer pelo prazer. Ora, em grego, chamava-se à espuma do mar aphrós, aphril, donde concluir-se que Abril tem aí a origem.

Mas a versão mais aceite dá-nos Abril como proveniente do latim aprilis, aprilem que se relaciona, commumente, com o verbo aperire, abrir. E como é neste mês, no início da Primavera, que a natureza refloresce e toda a vegetação se abre, o nome ficou. De resto é neste sentido que o mês se representa nas gravuras clássicas: uma jovem, vestida de verde, coroada de mirto e transportando um cesto repleto de frutos. Carlos Magno chamou-lhe o mês da Páscoa (sabe-se que foi durante Abril que Cristo ressuscitado permaneceu na terra). E, por isso, também a designação comum de Páscoa Florida.

Maio

O quinto mês do ano deve o seu nome à deusa da terra e das flores, Maia, filha de Atlas.

Junho

O nome do mês é proveniente da deusa romana Juno, a mulher de Júpiter, que representava, simbolicamente, o amor, encarnado no casamento e na maternidade e protegia os partos e os recém-nascidos.

Juno
Deusa Juno

Julho/ Agosto

Após a batalha de Accio, em que Caio Júlio César Octávio (sobrinho do assassinado Júlio César) derrotou Marco António, Roma atribuiu-lhe o título de imperador, a que acrescentou o cognome de augustus, que significa majestoso, venerável, magnífico (do verbo augeo, que quer dizer «<aumentar, engrandecer, glorificar, tornar-se maior).
Ora num certo mês sextilis, o sexto do antigo calendário latino que começava no actual mês de Março, Octávio Augusto entrou em Roma com três sensacionais vitórias: submetera o exército de Janículo, submetera Cleopatra no Egipto e pusera definitivo termo à guerra civil, iniciando um período de paz e grande desenvolvimento cultural (é a época de Horácio, Virgílio, Ovídio, Catulo, Marcial, etc.) que ficou conhecido como «a paz octaviana».

O mês anterior, o quintilis, tinha mudado de nome por decisão do seu tio Júlio César. Passara, em sua honra, a chamar-se Julius (Julho). Octávio Augusto resolveu fazer o mesmo ao tal sexto mês em que festejara as vitórias: cerca de duas dezenas de anos a. C. pôs-lhe o nome de Augustus (donde veio Agosto). Esta ambição de se engrandecer tanto como o tio, segundo certos autores, levou-o mais longe: aumentou um dia ao seu Agosto para ter o mesmo número de dias de Julho. Como se sabe, no actual calendário, Agosto já não é o sexto, mas o oitavo mês.

Caio Júlio César Octávio Augusto
Caio Júlio César Octávio Augusto

Setembro

Setembro vem do latim Septem, que significa sete. O nome tem origem na posição que ocupava no antigo calendário romano. O sétimo mês do ano.

Outubro

Outubro vem do latim Octo, que significa oito. O nome tem origem na posição que ocupava no antigo calendário romano. O oitavo mês do ano.

Novembro

Novembro vem do latim Novem, que significa nove. O nome tem origem na posição que ocupava no antigo calendário romano. O nono mês do ano.

Dezembro

Dezembro vem do latim Decem, que significa dez. O nome tem origem na posição que ocupava no antigo calendário romano. O décimo mês do ano.

O calendário foi alterado por Numa Pompílio e mais tarde por Júlio César. Setembro, Outubro, Novembro e Dezembro mudaram de posição, mas não de nome.

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